Muitas
pessoas se questionam se jogos de videogame induzem comportamentos na pessoa
fora do jogo, mas eu vejo uma concomitância e não necessariamente uma
causalidade, é a personalidade usual do sujeito que realimenta o jogo.
Os pesquisadores da Universidade de Brock no Canadá encontram aumento
de agressividade em
jovens que jogam games, no entanto, segundo o estudo:
“A
análise levou em conta alguns outros fatores na vida dos adolescentes que
provavelmente explicariam o aumento da agressão, incluindo “sexo, divórcio dos
pais e uso de drogas.”
No
entanto, o estudo deixa em aberto a distinção entre correlação e causalidade.
Como não existe um estudo conclusivo, ainda noto que as
personalidades mais aderentes à violência do jogo são aquelas que têm
comportamentos agressivos ou passivo-agressivos (agressividade contida em forma
de negligência) – como no caso do chinês que esfaqueou um amigo.
Cada
jogo tem sua personalidade e narrativas próprias, uns inspiram ação, outros
liberdade, muitas exacerbam a violência e a maioria evoca no jogador a ideia de
que ele é o centro do mundo e a fonte suprema de poder.
Quando
um sujeito jogava Mario Bros no nintendinho é como se toda a realidade pessoal
se diluísse num objetivo monotemático, salvar a princesa do inimigo. Nessa
jornada heroica toda a complexidade da vida se reduzia alguns pulos e piruetas.
Essa é a isca.
Já num jogo como o “Journey“, o
que é estimulado e realçada é a fluidez e generosidade. Os tendenciosos a
atitudes compassivas se identificariam mais com essa narrativa do que com um
jogo como Assassin’s Creed.
A pessoa que se sente existencialmente fragilizada e sem muito
suporte de pessoas queridas, sem um trabalho realizador ou com uma vida
significativa estão mais vulneráveis à megalomania associada ao jogo.
Os
meninos, em particular, são mais fisgados nessa compulsão, por conta de
predominância de testosterona no organismo.
O Dr. John Coates da Universidade de Cambridge percebeu que “o aumento dos níveis de testosterona e de cortisol predispõem os
corretores [de bolsa de valores] a tomar riscos“, “no entanto, se a testosterona
se tornar excessiva no organismo, como pode ocorrer facilmente em situações de
bolhas especulativas, o gosto pelo risco pode se tornar obsessivo”.
No
jogo, o cérebro produz sensações de recompensa e prazer que ganham
disparadamente se colocadas lado a lado com a interminável sensação de não
realização pessoal que muitas pessoas carregam.
Eu diria que é até uma covardia competir com a sensação
agradável produzida neurologicamente por um jogo. Como disse no texto
do alcoolismo, o risco está nesse detalhe.
Segundo o médico André Malbergier, professor do Departamento de Psiquiatria na Faculdade
de Medicina da USP:
fonte:papodehomem.com.br
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