quarta-feira, 1 de outubro de 2014

participação do jovem na politica

O Jovem não participa mais das decisões politicas do Brasil? Por quê?

O voto aos 16 anos foi uma conquista do movimento estudantil, incorporada à Constituição de 1988. Entre o fim da década de 1980 e o início da seguinte, estudantes e jovens, de um modo geral, demonstravam interesse na vida política nacional e desejo de se manifestar, por meio do voto, sobre os rumos do país. No entanto, essa vontade de participar tem diminuído. Há cinco anos havia 3,6 milhões de eleitores de 16 e 17 anos no Brasil. Em 2008 o número chegou a 2,9 milhões, redução de 19%. Se números assim permitem constatar o desinteresse do jovem no exercício de um direito seu, é o caso de perguntar as razões desse fato. Por que os jovens parecem ter perdido o interesse pela política? O que explica, em sua opinião, o crescente número de jovens que não faz questão de tirar o título de eleitor e de votar?

Brasil segue a tendência. Recente estudo da agência paulistana Na Mosca traça um perfil da participação política do brasileiro de 16 a 30 anos: dos 784 ouvidos, 57% identificam escassez de representantes políticos que lutem pelos interesses da juventude, apenas 10% se dizem satisfeitos com a prática política no país e 24% gostariam de ser mais engajados politicamente. O convite do Portal PUC-Rio, analistas apontam os motivos e as implicações em torno desta inclinação anti-política. Para o professor de Ciência Política da PUC-Rio e Coordenador do Instituto Mais Democracia, João Roberto Lopes Pinto, o descrédito com relação à política é difuso, "atinge a todos, independentemente das faixas etárias". Ele pondera, contudo, que o jovem, por estar em fase de "definições determinantes", é mais sensível à estrutura política e ainda tende a manifestar suas insatisfações de maneira mais contundente.

– O jovem é um dos mais atingidos pela violência e pelas faltas de emprego e perspectiva, mas é também o primeiro a perceber esta falta de compromisso. Ele nota a égide dos grandes grupos econômicos que financiam as campanhas. Mas tal percepção deve levar a juventude a se mover. Ela tem um papel fundamental, pode chacoalhar a política – afirma o professor.

Há pouco mais de 20 anos, os jovens brasileiros mostraram na pele, literalmente, este tipo de descontentamento e ajudaram a chacoalhar para fora do Planalto um ex-Caçador de Marajás. O Movimento dos Caras Pintadas simbolizou uma geração que resgatou a tradição militante, normalmente aflorada contra perdas de liberdade e de perspectiva profissional, ao ganhar as ruas para pedir a saída do então presidente (e hoje senador) Fernando Collor de Mello, envolvido em denúncias de fraudes e corrupção. Na era da internet, em que revoluções políticas como as que constituíram a Primavera Árabe surgem primeiramente na rede, essas manifestações da juventude ganharam um adereço que substitui as tintas dos anos 1990: a máscara do anti-herói “V de Vingança” , das histórias em quadrinhos de Alan Moore (1982) torna-se frequente em protestos do gênero. Os mais recentes, que eclodiram contra a corrupção no Brasil, e Wall Street, o coração econômico dos Estados Unidos, contaram com um sem-número de mascarados.

Fontes: uol.com.br
            puc-riodigital.com.puc-rio.br/

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